quarta-feira, 4 de junho de 2008

Bambu, Bambusa, Bambual


O bambu é uma das madeiras mais utilizadas. É uma planta que propõe inúmeras reflexões sobre sua versatilidade na botânica, na alimentação, na arquitetura, na arte e em diversos projetos como o famoso avião Demoiselle em que Santos Dumont dava umas bandas por Paris no início do século passado. É tema para poetas, filósofos, monges, fotógrafos, cinegrafistas...

Com uma gama enorme de produtos realizados com sua madeira, desde as colheres de bambu vendidas no bairro da Liberdade em São Paulo às pipas, cercas, pisos, cestos, etc. Fotografo o Bambu há quase 20 anos. Desde as pequenas espécies do Pico das Agulhas Negras no Rio de Janeiro aos bambus gigantes da Mata Atlântica. Duas características inerentes ao bambu são a flexibilidade e a rigidez. Esses dois pontos são freqüentemente comparados ao pensamento sólido e flexível do povo japonês. Taketori-Monogatari, uma das obras de ficção mais antigas do Japão, conta a história de Kaguyahime, uma princesa que nasceu do bambu. Os Jardins de Kyoto,
são ornamentados com diferentes espécies de bambu e suas cercas feitas por artesãos que trabalham com técnicas transmitidas desde tempos imemoriais. Na construção do Taj Mahal foram utilizados bambus na sua estrutura. O luthier Jô Nunes utiliza bambu para produzir violões cuja qualidade o violonista Turibio Santos tornou conhecida em turnê pela Europa. Vicente Carmo realizou o sonho de voar construindo uma asa delta com estrutura de bambu e sacos de adubo. Uma receita de broto de bambu ensopado com carne pode ser saboreada à sombra de uma varanda em Maresias, construída com técnicas e padrões arquitetônicos
cujo material básico é o bambu.

Construi o projeto Bambu, Bambusa, Bambual em 2008 para homenagear o centenário da imigração japonesa no Brasil com exposições programadas para a Pocket Galeria, em São Paulo, na segunda quinzena de junho e no Jardim Botânico do Rio de Janeiro no segundo semestre.

Juvenal Pereira

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