terça-feira, 12 de agosto de 2008

Orieta del Sole






Orietta Del Sole, artista italiana, nasceu em 29 de dezembro de 1922. Numa época de guerra e por ser judia, não pode freqüentar escolas convencionais e teve uma “maestra” que lhe ensinava em casa. Jovem começou a trabalhar criando estampas em seda para uma fábrica. Casou-se 1946 e mudou-se para o Uruguai com seu marido e até os 55 anos não trabalhou. Durante 22 anos viveram entre Uruguai e Argentina num círculo de alto padrão pois, sendo casada com um executivo teve a oportunidade de viajar por 64 países alguns, repetidas vezes. Os países que mais gostou foram: Turquia, Nepal, Marrocos além de Itália (seu país) e Brasil que escolheu viver até o fim da vida. Acumulou um repertório interno étnico o que a possibilitou transformar em arte a partir dos 55 anos. Após passar um grave problema de depressão que durou 1 ano (sem sair da cama) decidiu fazer um curso de designer de jóias. Resultou que em um jantar da colônia italiana, já aqui em SP encontrou Pietro Maria Bardi que elogiou seu bracelete e ao descobrir que ela mesma havia o feito, convidou-a a fazer uma exposição no MASP. Isso mesmo sua 1ª exposição foi no MASP em 1981! Esse evento resultou numa passeata na Av Paulista em protesto por uma designe não conhecida, fizesse uma exposição de jóias no MASP. Essa era Orietta que desde sempre agradava apaixonadamente ou era contestada e mal compreendida.



Palestra sobre Orietta por Cláudia Zen - Cooperativa dos artistas 9 de agosto 2008

Por que Quimono?
O quimono é uma das formas mais simples de se costurar e eu acho que as coisas mais simples são as ideais; depois, partindo da forma dos 3 retângulos que é o quimono, aí eu faço pregas, sobreposições de diferentes materiais, madeira, ráfia, penas, lã... tem um pouco de tudo. E do quimono eu parti para a tapeçaria. Quando Bardi fez a apresentação para a exposição de quimonos disse: “ quimonos dois usos: para vestir e decorar” assim, que uma peça dessas tem um valor tanto utilitário quanto decorativo.
Os colares também eu parto do mesmo princípio: misturo tudo o que encontro pela frente: pedras, lã; metais, couro, peças de escavação, e tudo.
Pergunta: alguém usa esses quimonos?
-alguns brasileiros não gostam porque é pesado, aqui faz calor... não sejam tímidos, tenham coragem, façam o que vocês gostam, é isso mesmo.
p.: é que parece que se alguém usar esses quimonos vão dizer: “ah esse é louco! E a mesma peça usada por outra pessoa vão dizer: ah esse é artista!

- mas não é assim mesmo! Primeira coisa você tem que colocar e se sentir bem; se você coloca pensando que é louca, já não se sente bem. Então o que tem que fazer primeiro é assumir uma idéia; gostou, gostou; não gostou, não use.
Olhem esse quimono é o da teia de aranha e esse broche turquesa é a aranha que anda por ele pois a idéia é tecer a teia!
Esse é o quimono dos pássaros e a idéia para mim é que qualquer quimono desses com o mesmo tema diminuído pode se transformar numa jóia.
Se você pegar uma renda e olhar para ela atentamente, aí você vai encontrar tantos motivos de criar... repetindo, alternando, fazendo bordas, manchas assim, eu repito, tudo tudo é motivo de criação e tudo começa pelo olhar.

Essas são algumas bolsas e o processo é sempre o mesmo: o fecho antido e o formato da bolsa são os motivos de inspiração que vão dando forma a uma nova bolsa.

Acredito que ninguém inventa nada (ou quase ninguém) tudo se transforma!!!

“Não há nada de novo debaixo do sol” e “Nunca se banha duas vezes na mesma água do rio”

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